Achei tão importante esse estudo publicado na Nature Medicine em Dezembro de 2016 que até fiz um resumo (resumo nesse link).

Imaginem receber um paciente com depressão, pedir uma RMN funcional e, com base no resultado, poder antecipar com até 94% de certeza uma boa resposta à TMS caso o resultado da RMN revele "Biotipo I" com clareza e o padrão de conectividade também esteja entre os associados a resposta.

Embora o "braço terapêutico" do estudo tenha incluído apenas 154 pacientes e usado um protocolo que não é o mais comum (bobina duplo-cone em córtex dorsomedial bilateralmente, em theta-burst ou em padrão de 10Hz similar ao da Neuronetics), a definição de biotipos à RMN funcional me pareceu já suficiente para já torná-lo um método de referência para avaliação de novos protocolos e alvos. Foram 711 pacientes na primeira fase (333 com depressão e 378 controles) e o estudo foi replicado em 13 centros na segunda fase, que envolveu mais 477 pacientes!

Minha impressão é de que o estudo é um passo enorme em direção a um marcador biológico que seja realmente útil para orientar a terapêutica da depressão e guiar novos trabalhos. Acham que essa realidade ainda está muito distante?

Edrin
São Paulo

1: Drysdale AT, Grosenick L, Downar J, Dunlop K, Mansouri F, Meng Y, Fetcho RN, Zebley B, Oathes DJ, Etkin A, Schatzberg AF, Sudheimer K, Keller J, Mayberg HS,Gunning FM, Alexopoulos GS, Fox MD, Pascual-Leone A, Voss HU, Casey BJ, Dubin MJ, Liston C. Resting-state connectivity biomarkers define neurophysiological subtypes of depression.  Nat Med. 2016 Dec 5.